quarta-feira, 25 de maio de 2011

[Rusted.Inc.] O motivo de eu gostar de carros velhos.

Pô, fulano tem grana pra comprar um carro 'da hora', mas preferiu enfiar mó grana naquela jabiraca véia dele...nada a ver, mano!


Muitos estranham o fato de eu gostar de carros antigos, e até mesmo velhos, mal cuidados. Porém, há muitas coisas por trás disso, não é simplesmente um gosto. Tem a ver com estilo e identidade, com algo muito mais forte que uma tendência qualquer.




Começo minha explicação pelo fator menos importante: estilo. Como diria o conhecido slogan, "Old school/Old is cool". Disse tudo. Além do mais, o poder dos mortos é quem governa e dá autoridade aos vivos, pois tudo repousa na TRADIÇÃO, como diria o professor Olney Assis em seu discurso sobre Poder. Ora, a modinha dos muscle cars atuais é toda baseada nas 'barcas' dos anos 60 e 70, logo, se não fosse pelos famigerados V8, esse tal de Bumblebixa Bumblebee Camaro transexual Transformers não existiria e a General Motors não teria uma melhora absurda em sua imagem. Não é o caso do Mustang, que nunca deixou de existir, mas isso não vem ao caso. Bom, é cool usar coisas antigas, demonstra atitude e desapego de merdas modernas, ao passo que retrô chega a ser meio gay, dependendo do caso.

Fator mais importante: identidade. Eu sou uma pessoa um tanto 'antiga', tradicional, avessa a mudanças. Nasci numa época em que mal existiam freios ABS, surgiam os primeiros airbags e a segurança passiva não era lá essas coisas. Em 1992, ainda existia Opala -mesmo sendo substituído no mesmo ano pelo Omega- e o último Fusca brasileiro saiu em 1996. Meu carro, um Chevrolet Celta 2010, é descendente DIRETO do Opel Corsa B, o "Corsinha Kinder Ovo", lançado no Brasil no início dos anos 90. Foi um carro moderníssimo à época de seu lançamento, mas hoje é ultrapassado, assim como seu sucessor, o Celta (o Corsa C pertence a um segmento superior no mercado), que mantém as mesmas qualidades e defeitos, além de usar grande parte das peças usadas pelo irmão mais velho. Isso mostra que eu me identifico com essas tranqueiras, elas são como eu: se está indo bem do jeito que está, para quê inventar? Em time que está ganhando, não se mexe...



Como eu disse no post "Gasolina nas veias", a graça -e emoção- de um carro de décadas passadas (ou baseado num projeto antigo) é justamente a pureza: nada interfere na relação entre piloto e carro, é tudo puro e sincero. É coisa para "cabra macho", homem que honra seus cojones.




Gosto de tudo que é puro, roots. Nunca fui chegado em batidas e caipirinhas, repugno carros elétricos, não sou o maior fã de "touch screen", não curto música eletronica e AMO música ao vivo, não curto muito direção hidráulica (a menos que ela se faça necessária, então prefiro a menor assistência possível), freios ABS, controles eletrônicos de tração, estabilidade e blablabla. Sou grande fã de muscle cars, carburadores, cervejas tradicionais, frenagens ao estilo treshold braking, celulares com teclado, tenho o contato humando como algo indispensável, sou bem tradicional quanto a relacionamentos, entre outras coisas. Faz parte da minha personalidade gostar de pureza e tradição.



Assim, não se pode esperar algo diferente quanto ao meu gosto por carros. Se tivesse muito dinheiro, por exemplo, não se veria em minha garagem porcarias como Bimmers 120i, Honda Civic 'comum', Peugeots 300-e-cacetada, Toyota Hilux, Kia Soul, Hyundai i30 gay. Com certeza, veria-se algo como Audi-Porsche RS2, Maverick V8, Opala, Fusca, Dodjes V8, Rams antigas, Omega nacional, Audi RS4 da primeira geração, entre outros modelos roots. Quase todos com câmbio manual e os poucos automáticos seriam tão brutos que uma caixa manual seria ineficiente. Raw, roots, rock.




Espero, sinceramente, que tenham entendido esse fascínio por carros antigos. É 1h da manhã e minha estrutura textual já foi para o saco, portanto perdoem a falta de organização e o vocabulário pobre.
Uma boa noite a todos, já que amanhã tem dog's life de novo ;)
Abraços.

sábado, 21 de maio de 2011

[CHEERS] Campeão SQ dB Drag 21/05/11

Hora de comemorar! Neste sábado, dia 21/05/2011, fui campeão na etapa de Mogi das Cruzes do dB Drag Racing, organizado pela 101% Eventos, junto com o aniversário do Clube do Opala.

Havia muitos carros, para todos os gostos e bolsos, muita gente feia, pouca gente bonita. Competi na categoria Qualidade SQ-SPL - 1 a 4, ou seja, com até 4 dispositivos sonoros. O resultado exato e a colocação no ranking Brasileiro deve ser postado no site da 101% eventos na segunda feira.

Por incrível que pareça, competi tocando a música "Tonight the world dies", da banda Avenged Sevenfold.

Meu carro é um Chevrolet Celta VHC-E Spirit 3p 2010/2010, com player Pioneer DEH-P7700MP, kit componente Kenwood KP-509 de 5" (45Wrms), subwoofer Swiss Audio SWP155W de 15" (400Wrms), amplificador mono Audiophonik Club 4100 (ligado em duas bridges de 190Wrms, cada) e amplificador estéreo Swiss Audio SMA 2125 (dois canais de 220Wrms cada-sim, eu empurro um kit componente de 45W com um amplificador de 220W, talvez seja o segredo do sucesso). Não há tratamento acústico, pezinho, coluna para tweeter, bateria auxiliar, nada. A caixa do sub é dutada, de MDF 25mm, com aproximadamente 70L (não lembro ao certo).

Gostaria de fazer alguns agradecimentos: Ricardo e Ruy Romero, Lucas e Tales Pantoja, Matheus Petraccone, Matheus Oliveira, Luiz Felipe Sarno; agradeço, ainda, à força dada pelo Juiz Jonatas (dB Drag Racing) e ao meu tio Fernando Heli, que me colocou nesse mundo maluco de performance mecânica e sonora. Grande abraço a todos!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Gasolina nas veias.

Motor V8 cabeçudo. Escapes diretos, dois quadrijets saindo pelo capô, diferencial blocante. A receita do demo: é pisar fundo no acelerador em primeira marcha, partindo do repouso, e depois ter um momento de êxtase sentindo a mistura de odores viciantes, com "notas" de gasolina de alta octanagem, metanol, borracha queimada (aaaaahhh, meu deus do céééu), óleo e Bardhal B-12. O nariz arde e os olhos fervem por causa do metanol, mas quem se importa? Tudo isso sem contar a aceleração brutal provocada pelo oceano de torque disponível desde a marcha lenta (mesmo com comandão e lenta 'non eczistindo', tem torque o tempo todo, mesmo).



Nenhuma pessoa é capaz de entender um petrolhead se não outro da mesma 'espécie'. Nós não gostamos de carro, como outros homens, simplesmente. Não somos apaixonados por carro. Não tente, você não vai entender. Carro não é um objeto legal para ajudar a pegar mulher ou para "dar VDO" e cavalo de pau. 

Nós, pobres viciados, só queremos espaço para acelerar. Não é meramente adrenalina. É uma agressividade controlada, assim como o flow é para as bailarinas, por exemplo. É impossível separar carro e piloto, homem e máquina. Durante aqueles momentos de transe profundo, não existe mais nada. Faculdade, contas a pagar, trabalho, consumo de combustível, limites de velocidade, problemas em casa, nada. Só o nosso momento: aquele ronco de motor tomando conta do habitáculo e dominando um raio de bons metros, o cheiro já citado entorpecendo nossos cérebros, aquela adrenalina incontrolavelmente viciante, dominante, potencializadora. Reflexos à beira da perfeição, habilidade nas alturas, toda a comunicação entre estrada, piloto e carro.




Não há nada mais puro que isso. Porém, com as novas tecnologias e exigências de mercado, os carros nos proporcionam cada vez menos emoções. Não há mais aquele contato visceral entre piloto e veículo: ABS, EBD, BAS, ASR, TPS, ESP, PQP. Os carros estão cada vez mais repletos de duendes trabalhando por nós. A geração atual sequer sabe o que é uma freada ao melhor estilo 'treshold-braking', pois seus Hyundais i30 vêm com freios anti-travamento. Porra, que sacrilégio...se o infeliz precisa de um treco desses trabalhando por ele, nem deveria poder dirigir!


É uma pena que eu não tenha dinheiro -por enquanto- para comprar o meu muscle car, o tipo de automóvel mais visceral que existe. É coisa pra MACHO: tem que ter braço pra virar, pra segurar e corrigir, sensibilidade para frear e acelerar, força e delicadeza para passar as marchas. São veículos temparamentais, crus, brutos, puros. Diamantes que não devem ser lapidados demais, apenas apreciados na medida da sua brutalidade.




Bom, como "quem não tem cão caça com gato", procurei o carro que me proporcionasse uma experiência mais pura ao dirigir que fosse possível. Apesar disso, o carro deveria ser barato, relativamente econômico, andar honestamente e ser 0km. Escolhi um Chevrolet Celta. PORRA, UM CELTA?!? Carro de mulher... Nah, meu senhor... já dirigiu um carrinho desses no limite, esticando as marchas até o corte, provocando a traseira em curvas e freando como se sua vida dependesse daquilo? Duvido... Mas pode ter certeza que é um carro que provoca boas emoções em quem o pilota com certa habilidade! Nada de duendes intervindo na minha relação com a máquina, tudo na minha mão. É um carro arcaico? SIM, É POR ISSO QUE EU GOSTO DELE. Tem a essência do dirigir em si. Fora que é o 1.0 mais rápido existente...


(sim, essa marca foi feita por um Celta original sem blocante)



Um dia ainda terei o meu V8, de preferência um big block, devidamente preparado. Sonharei incessantemente até lá...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Big ou Small Block?

Big Block ou Small Block? Como diferenciar uma categoria de outra?
Para quem não sabe, essas são designações dadas para motores V8 (oito cilindros, dispostos em duas bancadas unidas pelo virabrequim, com formato de 'V'); por razões óbvias, o termo "Small Block" denota motores grandes.Ahn?!? Tá doido? Se "Small Block" é sinonimo de motores grandes, "Big Block" é sinal de quê? MOTORES ENOOOOORMEEEES!

Você acha que seu Fiat Palio Fire 1.0 (um litro de deslocamento interno dos pistões) anda legalzinho? Espere só para ver um tal Ford Maverick roxo aspirado que roda por São Paulo com pneus diagonais, rollcage e nada menos que DOIS carburadores quadrijet sugando ar e mijando gasolina de alta octanagem aos montes, alimentando um motor que tem um bloco 302" (5,0 litros de deslocamento) como base -tenho minhas dúvidas se foi convertido a 331 ou 350 (5.5 e 5.8, respectivamente). E ISSO É APENAS UM SMALL BLOCK...Aaah, detalhe: o seu pasPalio Palio rende algo entre 50 e 65cv, ao passo que esse Maverick rende 'apenas' 550cv de potência. No boost, no spray, ALL MOTOR.

Já que estamos indo para a ala da ignorância automotiva, sugiro que dê uma volta (e me convide) num Dodge Challenger R/T 440 Six Pack, com um 'motorzinho' de meros 7,2L... juro que prefiro nem imaginar o quanto um treco desses deve render quando bem preparado...o verdadeiro MindFuck automobilístico...FFFFUUUUUUUUUUUUU!


Bom, de volta à discussão inicial: como diferenciar os BB's dos SB's? É uma discussão beeem complicada. Considera-se, por exemplo, um motor de 6,7L já um BB, pois seu bloco é enorme. Entretanto, ao usar-se um motor Chrysler 318 (5,2L) como base e trocando-se o virabrequim original por outro mais 'cursado', atinge-se facilmente os mesmos 6,7L. EM UM SMALL BLOCK. Além disso, o motor LS-não-sei-das-quantas do Corvette mais possante possui absurdos 7,0 de deslocamento interno, cabendo num dos menores blocos de V8 que a indústria já viu. MELDELS.

Bom, esses foram os exemplos mais extremos... porém dá para ter uma noção de que não existe um parâmetro muito certo para separar os BB's dos SB's. Minha opinião pessoal -e que uso como regra própria para fins meramente taxonômicos- é de que motores até 400c.i.d. (aproximadamente 6,5L; c.i.d. é acrônimo anglicano para volume em polegadas cúbicas) sejam considerados Small Blocks, enquanto os que possuírem deslocamento superior a isso sejam taxados como Big Blocks.


Considerações finais que não têm nada (ou quase) a ver com o texto:

-Odeio Fiat;
-Palio é carro de professor de Geometria Analítica;
-Palio não anda;
-Seu Palio 1.4 pode levar uma benga do meu Celta VHCE 1.0, é só agendar;
-"Nada substitui polegadas cúbicas", apesar de eu ter um carro 1.0;
-Só ando de 1.0 por que não tenho dinheiro para comprar um V8, seja BB ou SB;
-Eu dirijo melhor que você.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

[FLASHBACK] Mãe, larguei a facul. Vou fazer Direito.

Terça feira, 24 de outubro de 2010.
Estou puto com a baiacu Tânia, professora de cálculo diferencial e integral. A vaca está falando um monte de groselha na frente da sala (grunhindo, para ser mais preciso) e se recusando a ser precisa em suas explicações. Ela falta abundantemente e sem motivos aparentes, fazendo com que seus pupilos esperem em vão e 'com cara de taxo' na sala de aula. Sublime. Na última vez em que fiquei emputecido assim com essa mesma senhora, saí da sala de aula imediatamente, fui para o apê juntar minhas tralhas, chamei um moto-taxista para que me levasse até a estação rodoviária de Aparecida. De lá tomei um omnibus rumo a minha cidade.

Naquele momento, pouco antes das P2, estava às margens de um ataque de nervos e prestes a abandonar tudo. Após muita conversa com meus pais, decidi acabar o ano e tentar me transferir de volta para o Mackenzie.

Bom, de volta ao segundo semestre, nesta data já precisada, após meses de reflexão eu havia decidido ficar na UNESP. Aguentaria o descaso do governo estadual com o ensino superior público até o décimo semestre firmemente, afinal até então eu não estava insatisfeito com o curso, mas com a instituição. Como nem tudo é perfeito e merda acontec e sempre há uma pedra no meio do caminho, minha mente resolveu odiar a Engenharia Mecânica, e assim fez meu corpo: passado quase um ano, eu já não tinha mais ânimo para levantar e ir assistir aula. Detalhe: havia dias em que a aula começava às 10h40 e eu morava no quarteirão da faculdade. Não era vagabundagem. Eu estava prestes a entrar em depressão: não tinha vontade nem de bagunçar, ir às festas do centro acadêmico e da atlética, muito menos das repúblicas. Havia problemas.

Na noite desta terça feira - coincidentemente, no aniversário de morte do meu querido avô Heli Teodoro, que merece um post próximo- como de costume, o Fernando (amigo com quem dividia apartamento) foi dormir cedo. Eu fiquei acordado até umas 23h30 e fui deitar-me também, sem sono. Começa o mindstorm. Reflexões existenciais dominam minha mente. O que estou fazendo nesse inferno de lugar? Odeio a cidade, não sinto apreço algum pela faculdade, não fico totalmente à vontade entre os colegas, só tenho tirado notas baixíssimas, sou um dos piores alunos da sala e vou ser reprovado em tudo, não tenho mais ânimo para nada. Passou da hora de agir. Devo voltar para casa com uma solução razoável para meu problema e, mais que isso, para minha vida. Chega.


Rola para um lado, rola para o outro, deita com barriga para cima, barriga para baixo. Nada de sono. Meia noite. Vou para a sala e ligo o computador. Porra, preciso me resolver. Se eu largar isso aqui, pra onde eu vou? O que mais eu posso fazer? De imediato, não me vejo fazendo mais nada....MUITO MENOS ISSO QUE ESTOU FAZENDO. Sei lá, a única certeza que tenho é de que nada sei.

Horas passam, páginas na internet voam. PUFF! Volta o mindstorm: o que dá dinheiro? Publicidade, administração, medicina, direito....DIREITO! Sempre babei no poder dos juízes, na lábia dos advogados, na contundência dos promotores. E, para os bons profissionais, dá uma bela grana e até mesmo estabilidade financeira, além do PODER. Meu avô era advogado influente na região onde morava e sua figura impunha respeito. Pagava um pau, pô. Os rumos do país estão nas mãos dos operadores do Direito, sejam eles juízes, promotores, advogados, desembargadores, professores, diplomatas. A ideia parece mais interessante, agora. Vou arriscar...afinal, "how can I be lost, if I got nowhere to go?".


Pesquisei se a instituição que eu tanto apreciava, a Mackenzie, ainda tinha inscrições abertas para o processo seletivo. Positivo. Foi a primeira vez em que perdi uma noite de sono, já que sou muito desencanado com os problemas: acho que eles devem ser resolvidos nos momentos certos, não devem atrapalhar meu sono. Mas este problema atrapalhou. Passei a noite em claro maquinando e imaginando como seria minha vida, com aquele PUUUUTA MEDO de ir falar aos meus pais sobre a minha decisão (já havia dito que pensava em prestar vestibular para Direito no ano anterior, mas fui prontamente reprimido, já que acharam que eu estava tresvariando). Voltei para casa novamente,  logo de manhã. Almoçaria com os pais para contar a novidade....uuh, que meda.

Bom, gente. Não é novidade que estou em maus lençóis naquela faculdade. Vocês disseram que eu só deveria largar o curso quando decidisse o que seria feito de minha vida. Está decidido, larguei a facul. Vou fazer Direito.

Para minha felicidade, fui prontamente apoiado em minha decisão. Discorremos sobre questões programáticas e práticas sobre meu futuro, para nortear minhas ações. Tudo estava entrando nos trilhos novamente.

Pau na boneca, 'bora estudar História, já que o peso é alto. Passa estudo, passa prova, passa resultado, FAIL TOTAL PARA MIM, vi que meu nome não estava na lista de aprovados enquanto estava numa lan house num dos parques Universal Studios em Orlando. Acabou com meu dia. Ainda tinha a vaga garantida na Brás Cubas (há rumores que a instituição está caminhando a passos largos rumo à falência), mas não parece a melhor opção. E agora, quem poderá me defender?

Eu, Chapolim Colorado Damásio de Jesus. Havia algumas vagas disponíveis para a turma do noturno, logo  prestei o vestibular para vagas remanescentes. Aprovado com louvor. No noturno, há 2 vagas para cada aluno.

Bolinha vai, bolinha vem, fiquei apreensivo quanto à minha mudança nos primeiros momentos. Tive muito medo de ter errado e ficar perdido indefinidamente. Felizmente, foi só uma insegurança inicial que foi superada aos poucos, até saírem os resultados das provas e o reconhecimento por parte dos docentes: EU NASCI PRA ISSO, CACETE! Não é da conta de ninguém, mas eu passo por alguns problemas no momento. Porém, minha paixão pela faculdade e pelo curso é tão forte que quase nada pode me abalar por completo agora. O Direito me fez um novo homem. Voltei a ter minha auto-confiança (excessiva, às vezes), altivez, força. Amadureci. Agora, levo uma aula totalmente a sério; enfrento mais de 3h diárias de transporte coletivo, entre idas e vindas, com a maior felicidade do mundo; tenho apresentado um rendimento acima do esperado e faço o que faço com PRAZER. É o segredo.

Juro que acabei. Agradeço a paciência do sr. leitor de ter suportado meu desabafo/relato até o final.
Até a próxima!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O sonho -muitas vezes frustrante- da faculdade pública

Como dito na coluninha "sobre o autor", eu fiz quase um ano de Engenharia Mecânica em uma universidade pública, a UNESP (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Campus Guaratinguetá). Aqui vão minhas impressões, mas antes colocarei tudo num contexto.

Desde pequeno, tenho tara por carros, o que me fez - naturalmente- querer trabalhar com eles. Queria projetar, criar, desenvolver meus próprios carros, e a profissão que me daria subsídios para tanto era a de engenheiro mecânico. Passei algo em torno de 8 anos da minha vida sonhando em ser isso.

Como toda mãe que se preze, a minha quer o melhor para seus filhinhos. O hype no meio escolar, pelo menos na minha época, foram as faculdades públicas, conhecidas por alta qualidade de ensino e por formar profissionais excelentes, logo mamãe me queria numa universidade dessas. Como eu sempre fui um dos melhores alunos da sala e adorava - adoro- me destacar dos demais, resolvi que enfrentaria um processo auto-destruidor processo seletivo, o vestibular, para fazer um dos cursos mais concorridos no Brasil em uma universidade pública. Meus pais sempre me deram o melhor em educação que foi possível, sendo assim o colégio mais adequado na minha cidade para atingir tal feito era o Objetivo.

Quanto ao método de ensino para aprovação em vestibular, nada a reclamar. Escola excelente, tanto que consegui passar na UNESP direto do ensino mérdio médio sem estudar porra nenhuma, sem cursinho, num dos cursos mais concorridos. A escola respira vestibular. Quem leva minimamente a sério, acaba por respirar também.

Como o resultado dos vestibulares das públicas demora a sair e eu só passei em segunda chamada, fui logo me matriculando na Universidade Presbiteriana Mackenzie, o maior reduto de patricinhas gostosas e playboys frescos escrotos do país onde cursei engenharia mecânica por um mês. Eu amava aquele lugar, tudo era legal, mesmo acordando 4h20 da manhã todo dia para curtir a CPTM lifestyle. =D

9 de março de 2010: como presente de aniversário pro meu orgulhoso pai, fui convocado para matrícula na UNESP. Chegando lá, mas que vergonha, só tinha maconha, campus muito mal cuidado, com alguns veteranos imbecis oferecendo vagas em repúblicas porquíssimas, ninguém com vontade de trabalhar, tudo velho e largado. Havia alguns cães perambulando pelo campus, assim como algumas galinhas. EM UMA FACULDADE DE ENGENHARIA. Muito mato, mosquitos, alguns ratos e baratas. Matrícula feita, my ticket to ride was bought. 


Passado o primeiro mês, pude comparar com o que tive na Mackenzie: na UNESP, os professores eram fracos, faltavam à toa, não havia material didático consistente recomendado pelos mestres (quando havia, eles nunca sabiam onde comprar) e tudo parecia parado no tempo e muito amador. ODIEI. Na Mack, tudo era muito profissional, limpo, organizado, justo.

Depois deste depoimento, o que posso dizer a vocês? FACULDADE PÚBLICA NÃO PASSA DE UMA MIRAGEM CRIADA POR CURSINHOS E ESCOLAS FOCADAS EM VESTIBULARES. Não tem estrutura, professores decentes e o nível dos alunos só tem caído com o boom dos cursinhos (qualquer idiota que estuda 5 anos num cursinho bom passa em algum curso qualquer numa pública) e dos alunos imbecis.

Então, se é assim, por que existe o mito de que faculdade pública é 'tudibom'? Simples: é de graça, é interessante pra todo mundo. Se é de graça, tem fila. Se as vagas são limitadas, a concorrência sobe. Com concorrência lá no alto, só os melhores conseguem entrar; já que os melhores são os que estão lá dentro, eles continuarão sendo os melhores após formados, pois estudarão tresloucadamente durante o curso, tornando-se auto-didatas. Daí vem a falsa impressão de que faculdade pública é boa, quando o que é bom são os ALUNOS.

Pensem sobre isso.

Um minuto de silêncio para os alunos de faculdades públicas...



















Hoje, aluno de Direito (depois conto a transição) em faculdade particular, posso novamente ressaltar as qualidades deste tipo de instituição. Tudo é bem cuidado (pois existe UM DONO), os professores não tentam foder o aluno por mera diversão, as coisas funcionam bem, meu dinheiro é bem empregado. Sim, a mensalidade da minha faculdade é a segunda mais cara de São Paulo, só perdendo pra FGV. Porém, aos que levam a sério, o valor investido em 5 anos retorna integralmente em apenas um ano de trabalho após a conclusão do curso e aprovação no exame de Ordem. Vale a pena, não? Faculdade pública é um barato que sai caro...sem professores, não se aprende adequadamente; sem aprendizado, péssimo desempenho; desempenho aquém da média, DP's abundantes; DP's durante o curso, mais tempo até a conclusão deste, perda de tempo. É tudo tão óbvio...

Reflitam sobre esta questão... não é só o dinheiro ou a imagem que está em jogo: é o seu futuro. Prefiro gastar um pouco mais e me sentir um profissional de verdade, além de garantir meu exame de Ordem, a ficar ralando e chorando numa pública decadente, para ter que fazer um cursinho para a prova da OAB depois. Eu sou uma das únicas pessoas que pode falar com autoridade sobre isso, pois já vivi os dois lados da moeda, ou seja, meu comentário é livre de desdém, parcialidade ou dor-de-cotovelo.

Bom, é isso.
Aquele abraço por trás!

As devidas apresentações.

Post inaugural!
É com um certo prazer que começo este blog: adoro escrever o que penso, e não encontrei em redes sociais como Orkut e Facebook boas ferramentas para exibir meus Surtos, críticas e devaneios por completo. Odeio limitações de caracteres. Sim, essa é minha primeira crítica.
Bom, falo um pouco sobre mim mesmo: nascido em uma cidade da metrópole paulista no início dos anos 90, sou um estudante de Direito, gerente part-time de um dos negócios da família, totalmente anti-comunismo, sou capitalista e assumidamente elitista em alguns aspectos. Não estou disposto a salvar o mundo, embora faça minha parte para não fodê-lo ainda mais. Adoro debates filosóficos, existenciais, profundos. Tenho uma paixão irrefreável por carros que se iniciou precocemente, provavelmente aos dois anos de idade e que perdurará muito provavelmente até o fim da minha personalidade jurídica (morte).
Já passei por momentos péssimos, ruins, tristes, desagradáveis, constrangedores, mas estes são uma minoria. Momentos bons, curtidos intensamente, constituem a maior parte do meu tempo na atualidade.
Eu AMO cães, ODEIO gatos e bichos que possam fazer muito barulho.
Tenho ódio mortal por pessoas que não sabem onde é seu lugar, abomino o mau-gosto, repudio a mediocridade. Não sou a pessoa mais altruísta que você já viu, não sou legalzinho, não gosto de você, isto é, se você for um ser qualquer. Posso ter uma casca rude, estúpida, egocêntrica e opressora, mas tudo isso é só casca, shit-test. Os que me conhecem de verdade sabem que não sou nada disso: eu amo, sou amado, amo ajudar as pessoas que gosto, amo carinho, estou sempre aberto a discussões e sou compreensivo.
Defeitos? Posso ser grosso muitas vezes de vez em quando, mas não é proposital, muitas vezes nem percebo o erro, portanto, perdoem-me. Sou um pouco chato com explicações (Sheldon feelings) que as pessoas nem sempre querem ouvir. Sou péssimo para contar piadas prontas. Não tenho um senso de humor tão comum, sou muito sarcástico e isso pode incomodar. Fico de saco cheio com incoerências. Sou franco e sincero, um pouco mais que deveria. Não tenho muita flexibilidade no corpo, tenho dores nos joelhos, odeio fazer a barba, adoro dirigir em alta velocidade. Algumas vezes passo longe do "politicamente correto", mas nunca sou anti-ético (assunto para próximos posts). ODEIO ECOCHATOS. Não como feijão nem pimentão. Não curto balada e odeio cultura POP.

Resumindo, é isso. Quaisquer dúvidas, surtos, críticas e devaneios podem ser transcritos atrvés dos seus comentários e é pedido encarecidamente que não comentem como anônimos. Agradeço feedbacks positivos e divulgação.
Grande abraço, Guilherme.